CIÊNCIAS E GEOGRAFIA PARA
SURDOS: NOVAS METODOLOGIAS A CAMINHO
Por: Francisca Neuza
de Almeida Farias
Ensino de Geografia e
Ciências para Surdos passa por Inovações!!
Desde o século XIX estudiosos se
debruçam sobre a educação dos surdos, porém somente no final do século XX e
início do XXI estamos conseguindo encontrar novas propostas metodológicas que
auxiliem no processo educacional desse alunado.
Em relação ao ensino de Geografia, temos como proposta ensinar o aluno para a
vida, para o exercício da cidadania e, em se tratando do aluno surdo,
atualmente já contamos com alguns recursos didáticos que facilitam o processo
ensino aprendizagem dessa área.
No que diz respeito ao ensino de Ciências para os alunos surdos, também já
encontramos muitas tentativas exitosas, conforme apesentaremos em seguida,
abordando, inicialmente alguns aspectos relativos à surdez, necessários àqueles
que ainda não têm uma percepção maior do universo da surdez em nosso país.
De acordo com o Censo Escolar de 2012, tivemos 73.907 alunos deficientes
auditivos matriculados nas escolas públicas brasileiras, o que nos atesta um
grande percentual desse alunado, assim como a necessidade urgente de pensarmos
novas formas de ensinar, novas metodologias e mudanças curriculares à altura da
demanda social.
Consideramos, ainda, significativo entender que surdo, conforme o decreto lei
5.626/2005 (BRASIL 2005) é todo aquele que “por ter perda auditiva compreende e
interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua
cultura, principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
A surdez, como as
necessidades de um modo geral, não afeta diretamente as possibilidades de viver
e conviver das pessoas que as têm, embora ela não seja passível de reversão.
Desse modo, precisamos encontrar formas de auxiliar o aluno surdo a desatar “nó
da questão”. Para Bueno (1998, os surdos não devem ser tratados apenas como
doentes, pois não o são, mas precisam ser vistos como pessoas que precisam ter
suas necessidades especiais atendidas.
Isso significa que o professor precisa
organizar sua aula com recursos diferentes do que tradicionalmente vem
utilizando, isto é, uma proposta diferenciada que motive esses alunos para a
compreensão das aulas de Geografia e Ciências, assim como as demais
disciplinas. Assim, os alunos se sentirão mais motivados, mais interessados na
aula, inclusive por perceber que o professor se preocupou em elaborar uma aula
voltada para ele.
Com o avanço das tecnologias, têm
surgido muitos recursos que já podem ser usados em sala de aula com o intuito
de facilitar o processo ensino aprendizado das pessoas surdas. Dentre os vários
recursos, podemos utilizar o jogo Conhecendo as regiões do Brasil, da Brink
Libras, por meio do qual pode-se ensinar o surdo a ver as
regiões do Brasil concretamente, com as peças do jogo de montar.
Além disso, podemos utilizar Charges,
Tirinhas e Quadrinhos como facilitadores, do ensino tanto de Geografia quanto
de Ciências, assim como desenho, filmes e vídeos (lembrando que esses dois
últimos, com legenda, porque o surdo não entenderá o que estiver sendo dito
oralmente). O uso do Globo Terrestre também é um grande recurso material
concreto para o ensino de Geografia, assim como Gráficos e Tabelas, Quadros,
Internet, Computador, Imagens, Fotos, Jornais, Revistas, Mapas, Atlas,
Maquetes, Aula Passeio, Peças Anatômicas do Corpo Humano, Bonecos, Esqueletos,
Quebra Cabeças.
Finalmente, não podemos mais dizer que
não há como trabalhar com alunos surdos por falta de material adequado, pois já
há muitas pesquisas e comprovações de trabalhos de sucesso como os mostrados
por Samantha Camargo Daroque em relação a Ciências e Ricardo Lopes Fonseca1 Eloiza
Cristiane Torres, dentre outros de igual importância.