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domingo, 10 de setembro de 2017

Ensino de Ciências e Geografia para Surdos: Novas tecnologias

CIÊNCIAS E GEOGRAFIA PARA SURDOS: NOVAS METODOLOGIAS A CAMINHO
Por: Francisca Neuza de Almeida Farias



Ensino de Geografia e Ciências para Surdos passa por Inovações!!

            Desde o século XIX estudiosos se debruçam sobre a educação dos surdos, porém somente no final do século XX e início do XXI estamos conseguindo encontrar novas propostas metodológicas que auxiliem no processo educacional desse alunado.
            Em relação ao ensino de Geografia, temos como proposta ensinar o aluno para a vida, para o exercício da cidadania e, em se tratando do aluno surdo, atualmente já contamos com alguns recursos didáticos que facilitam o processo ensino aprendizagem dessa área.
            No que diz respeito ao ensino de Ciências para os alunos surdos, também já encontramos muitas tentativas exitosas, conforme apesentaremos em seguida, abordando, inicialmente alguns aspectos relativos à surdez, necessários àqueles que ainda não têm uma percepção maior do universo da surdez em nosso país.
            De acordo com o Censo Escolar de 2012, tivemos 73.907 alunos deficientes auditivos matriculados nas escolas públicas brasileiras, o que nos atesta um grande percentual desse alunado, assim como a necessidade urgente de pensarmos novas formas de ensinar, novas metodologias e mudanças curriculares à altura da demanda social.
            Consideramos, ainda, significativo entender que surdo, conforme o decreto lei 5.626/2005 (BRASIL 2005) é todo aquele que “por ter perda auditiva compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura, principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
A surdez, como as necessidades de um modo geral, não afeta diretamente as possibilidades de viver e conviver das pessoas que as têm, embora ela não seja passível de reversão. Desse modo, precisamos encontrar formas de auxiliar o aluno surdo a desatar “nó da questão”. Para Bueno (1998, os surdos não devem ser tratados apenas como doentes, pois não o são, mas precisam ser vistos como pessoas que precisam ter suas necessidades especiais atendidas.
Isso significa que o professor precisa organizar sua aula com recursos diferentes do que tradicionalmente vem utilizando, isto é, uma proposta diferenciada que motive esses alunos para a compreensão das aulas de Geografia e Ciências, assim como as demais disciplinas. Assim, os alunos se sentirão mais motivados, mais interessados na aula, inclusive por perceber que o professor se preocupou em elaborar uma aula voltada para ele.
Com o avanço das tecnologias, têm surgido muitos recursos que já podem ser usados em sala de aula com o intuito de facilitar o processo ensino aprendizado das pessoas surdas. Dentre os vários recursos, podemos utilizar o jogo Conhecendo as regiões do Brasil, da Brink Libras, por meio do qual pode-se ensinar o surdo a ver as regiões do Brasil concretamente, com as peças do jogo de montar.
Além disso, podemos utilizar Charges, Tirinhas e Quadrinhos como facilitadores, do ensino tanto de Geografia quanto de Ciências, assim como desenho, filmes e vídeos (lembrando que esses dois últimos, com legenda, porque o surdo não entenderá o que estiver sendo dito oralmente). O uso do Globo Terrestre também é um grande recurso material concreto para o ensino de Geografia, assim como Gráficos e Tabelas, Quadros, Internet, Computador, Imagens, Fotos, Jornais, Revistas, Mapas, Atlas, Maquetes, Aula Passeio, Peças Anatômicas do Corpo Humano, Bonecos, Esqueletos, Quebra Cabeças.

    Finalmente, não podemos mais dizer que não há como trabalhar com alunos surdos por falta de material adequado, pois já há muitas pesquisas e comprovações de trabalhos de sucesso como os mostrados por  Samantha Camargo Daroque em relação a Ciências e Ricardo Lopes Fonseca1 Eloiza Cristiane Torres, dentre outros de igual importância.